“It is well with my soul”, em português, “tudo está bem com minha alma”, é um hino cristão cantado pelo mundo afora, com versão em português cantada como “sou feliz com Jesus”. A música foi escrita por Horatio Spafford, com melodia de Phillip Bliss, em 1873, após Spafford, um advogado bem sucedido, perder um filho de dois anos e enfrentar sua ruína financeira, em razão do grande incêndio de Chicago, que consumiu boa parte do seu patrimônio. Não bastassem essas perdas iniciais, em razão dos problemas econômicos enfrentados no período, Spafford planejou ir à Europa, mas decidiu enviar sua família primeiro, enquanto tomava conta de alguns negócios. Durante a viagem, em um naufrágio, todas as suas quatro filhas morreram. A esposa sobreviveu. Após viajar para encontrar a esposa, sem as quatro filhas, ele encontrou inspiração para escrever “It is well with my soul”.
As ofertas vendendo “bem estar” estão vastas, quem não quer por ordem no seu caos interior? No meio científico, nunca se falou tanto sobre “espiritualidade”.
Entretanto, se ao buscarmos a Deus procurarmos nosso próprio “bem estar”, começamos mal. A pregação da cruz nos tira do centro, ela não é sobre mim, nem sobre meu bem estar, é sobre Cristo! Em Cristo procuramos – e encontramos – verdade. Ele afirmou, “sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6). O que é a fé, senão a certeza da verdade? Se eu estiver na melhor ou na pior das situações, ele continua sendo o “Eu Sou”, o Eterno, o meu Deus Pai. Jó soube isso, Spafford soube isso, e o próprio Cristo na cruz experimentou o pior dos sofrimentos. Mas as verdades imutáveis de Deus permanecem para sempre, independentes das circunstâncias.
Se Ele poe ordem no meu caos interior, ele poe, e como poe! Mas o meu “bem estar” é consequência de conhecê-lo, de deixá-lo invadir minha vida toda, as profundezas, as escuridões que eu mesma desconheço. A vida com Deus não é mais uma dimensão do meu eu, como “o trabalho, a família, a casa, a igreja, o clube…”. Não! A vida com Deus está acima disso, e absolutamente tudo em mim passa a ter a ver com Ele!
O @el.rapha.castro acabou de escrever sobre transformar os seus monólogos interiores em orações. Você já fez isso? Quando me pego pensando um milhão de coisas, traçando as mil hipóteses para o meu amanhã, ou lamentando algo do passado, me enchendo de tristeza ou ansiedade, ou qualquer outro sentimento ruim, paro e converto meus pensamentos a Cristo. “Senhor, te apresento esse sentimento, enche-me do teu amor, faz-me sentir o que Tu sentes”. Quantos milagres nas minhas emoções eu provo assim.
Nem tudo estava bem com Spafford. Mas ainda assim, algo dentro dele, e eu não tenho dúvida de que era o Deus Vivo, permitiu que escrevesse uma das mais lindas e mais cantadas canções que já foram feitas.